Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
(carlos drummond de andrade - brasil)
2 comentarios:
Bonito de se ler...esse poema é fabuloso.
Mas, a sua/minha "ausência" a chamo de falta sim...que tem o sobrenome saudade...e nas reticências fica o anseio do reencontro.
beijo,
K
kkk
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